Saturday, April 28, 2007
O que é Luxo?
Para ele, “cada um de nós deseja e considera um luxo aquilo de que é privado”. Desta forma, “já podem ser considerados privilégios o tempo, o espaço, a autonomia”.
Este assunto é cada vez mais relevante quando se percebe o enorme fosso que se abre aqueles que têm muito e os que não têm quase nada.
Recentemente, até o aquecimento global atemoriza as nações diferentemente, com os mais pobres com medo de perder tudo – de habitação a fontes de alimentação – e os mais ricos com pavor das hordas de refugiados batendo às suas portas.
No entanto, é no final do artigo que o sociólogo italiano coloca o ponto no verdadeiro cerne da questão. Ele diz “a liberdade de dispor sobre esses bens imateriais – que tornam luxuosa uma vida – passa pela consciência de que só se vive uma vez”.
Portanto, luxo é tudo aquilo que a gente pode usufruir agora, porque talvez amanhã não tenhamos mais a chance de fazê-lo.
Tenho acompanhado várias famílias que enfrentaram ou enfrentam a luta contra o câncer ou outras doenças terminais – alguma não é? – e tenho visto que confrontados com a possível perda da pessoa querida, passam a valorizar mais o sorriso do filho, o abraço do marido ou da esposa, o tempo “inútil” gasto juntos diante de um bom filme no final de semana, aquela viagem curtinha meio programa de índio, da qual a gente chega mais cansado do que no começo dela, aquele telefonema “gratuito” dado no meio de uma tarde, aquele email açucarado enviado para um amigo há muito esquecido...
Enfim, tudo isto vira luxo porque temos em quantidade limitada, porque corremos o risco de perder a qualquer momento, porque “só se vive um vez”.
Hoje, é dia de se dar ao direito de alguns luxos, ok? Mas, não pense naqueles das vitrinas dos shoppings ou das mesas de restaurantes finos. Pense naquilo que se você perdesse agora lhe faria mais falta. Isto é o seu luxo! Torne-o sua necessidade, sua prioridade.
Eu creio que é isto que Salomão queria dizer com “lembra-te... antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: não tenho neles prazer... antes que o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
Com carinho,
Pastor Robinson
Para Meditar
Será que você se incomodaria de ler mais uma vez Marcos 6:30-44? Pois é, ainda tem ouro nesta mina. Releia os versos 42, 43.
Quantos comeram aquele sanduíche de peixe? Ninguém sabe ao certo. Havia cinco mil homens (os judeus só contavam os indivíduos do sexo masculino e de vinte anos para cima) além de mulheres e crianças. Quantos seriam casados? Quantos teriam filhos e quantos filhos teriam? Se especulássemos que metade daqueles homens fosse casada e tivesse pelo menos um filho, teríamos uma multidão de quase dez mil pessoas. Mas não precisamos especular para saber que era uma grande multidão. O texto assim afirma. A maravilha é que todos comeram e se fartaram. Se fossem apenas cinco mil ou se fossem cinqüenta mil esta verdade nada mudaria. Todos comeriam e se fartariam.
Deus é o Deus da abundância (II Cor. 9:8-10). O Deus da abundância, contudo não é o Deus do desperdício (v. 43/João 6:21). Sobraram cestos de pães que foram aproveitados. Deus tem dado bênçãos, talentos, dons, capacitação aos homens visando um fim proveitoso (I Cor. 12:7). Infelizmente alguns têm desperdiçado os talentos, os dons, as bênçãos que têm recebido de Deus fartamente. A começar do desperdício do dom da vida.
O que tem você feito com as fartas bênçãos, os dons, os talentos que fartamente Deus tem lhe dado? O que tem você feito com a saúde que Deus lhe dá? O que tem feito com o dinheiro, com a família, com a voz melodiosa ou o ouvido afinado, ou a simpatia que Deus lhe dá?
O que você pretende fazer hoje para não desperdiçar as bênçãos de Deus dadas a você fartamente na forma de dons? Leia João 15:2.
O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor.
A fragilidade do apostolado moderno
Dentro desta miscelânea de revelações e novidades que temos observado, é importante expressar-se sobre o caráter das revelações: 1) as revelações nunca deverão ser colocadas acima da Bíblia. A Bíblia é a palavra final e autoridade máxima, já que se trata da inerrante Palavra de Deus; 2) Se a revelação está em desconformidade com a Bíblia, descarte imediatamente tal revelação. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios 14.33) As experiências pessoais não podem ser colocadas acima das Escrituras Sagradas, pois estas já contêm a revelação do propósito de Deus ao homem.
Nestes tempos de tantas novidades, algo chama atenção de maneira muito preocupante na história recente da igreja: trata-se do Apostolado Contemporâneo, ou Restauração Apostólica. Muitos têm se levantado como apóstolos nestes dias. Apóstolos ungindo apóstolos e criando uma hierarquia apostólica. Alguns pastores que, talvez por se sentirem menores que seus colegas de ministério que foram ungidos como apóstolos, ungem-se a si mesmos e se auto-proclamam apóstolos. Não há fundamento para o chamado ministério apostólico contemporâneo pelo simples fato do mesmo não possuir respaldo bíblico.
O termo
Segundo o Dicionário Bíblico Universal, o termo apóstolo “significa mais do que um 'mensageiro': a sua significação literal é a de 'enviado', dando a idéia de ser representada a pessoa que manda. O apóstolo é um enviado, um delegado, um embaixador” (Buckland & Willians, p. 35) . A Bíblia de Estudo de Genebra também aplica esta descrição, dizendo que apóstolo “significa 'emissário', 'representante', alguém enviado com a autoridade daquele que o enviou” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).
A frágil sustentação
Aqueles que defendem esta frágil posição, têm se sustentado principalmente na má interpretação do texto de Efésios 4.11 para o uso do ministério apostólico para nossos dias. O texto de Efésios 4.11 diz: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”.
A refutação
As regras mais simples de hermenêutica nos ensinam que os textos sagrados nunca devem ser tirados de seu contexto. E no contexto da epístola de Paulo aos Efésios, temos no capitulo 2 o texto que prova que este ministério não mais existe. Antes de citar o texto, é importante refletir: quando um prédio é construído, o que é feito primeiro? As paredes ou a fundação da obra? É obvio que todo alicerce, toda fundação é feita em primeiro lugar. Não é possível construir as paredes e no meio das paredes fazer a fundação. Efésios 2.19-20 diz: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”.
Cristo é a pedra angular e os fundamentos foram postos pelos apóstolos e profetas. Os evangelistas, pastores e mestres são os responsáveis pela construção das paredes desta obra. Como bem explica Norman Geisler “De acordo com Efésios 2.20, os membros que formam a igreja estão 'edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas'. Uma vez que o alicerce está pronto, ele não é jamais construído novamente. Constrói-se sobre ele. As Escrituras descrevem o trabalho dos apóstolos e dos profetas, quanto à sua natureza, como um trabalho de base” (Geisler, p. 375).
A Bíblia registra o uso do termo apóstolo a outros personagens. Russel N. Champlin explica que “há também um sentido não técnico, secundário, da palavra ´apóstolo´. Trata-se de uma significação mais lata, em que o termo foi aplicado à muitas outras pessoas, nas páginas do NT. Esse sentido secundário dá a entender essencialmente ´missionários´, enviados dotados de poder e autoridade especiais” (Champlin, p. 288, v. 3). Nesse sentido o Ap. Paulo chamou a alguns irmãos por apóstolos seguindo este termo não técnico:
Tiago, irmão do Senhor - Gálatas 1.19
Epafrodito - Filipenses 2.25
Apolo - 1 Coríntios 4.9
Andrônico e Junias - Romanos 16.7
No contexto de Efésios 4.1, Paulo não estava se referindo a estes homens, mas sim aos 12, Matias (que substituiu Judas Iscariotes), e a si mesmo. Estes compunham, juntamente com os profetas, o fundamento da igreja (Efésios 2.19-20).
Existiam duas exigências fundamentais para que um apóstolo fosse reconhecido para tal função:
1) Ser testemunha ocular da ressurreição de Jesus Cristo (Atos 1:21-22; Atos 1.2-3 cf. 4.33; 1 Coríntios 9.1; 15.7-8);
2) Ser comissionado por Cristo a pregar o Evangelho e estabelecer a igreja (Mateus 10.1-2; Atos 1.26).
Assim como Matias, que passou a integrar o corpo apostólico por ser uma testemunha, Paulo, que se considerava o menor, por ser o último dos apóstolos, contemplou a Cristo no caminho de Damasco (Atos 9.1-9; 26.15-18), onde ocorreu o início de sua conversão. Ou seja, ambos preenchem os pré-requisitos para tal função. No entanto, os que se intitulam apóstolos em nossos dias não se encaixam nos padrões bíblicos que validam o apostolado.
É interessante que, enquanto o Ap. Paulo refere-se a si mesmo como “o menor dos apóstolos” (1 Coríntios 15.9), os atuais apóstolos tem por característica a fama e a ostentação do título. Tudo é apostólico! A unção é apostólica! Os eventos são apostólicos! As músicas são apostólicas! Nem de longe se assemelham com a humildade dos apóstolos bíblicos. Eventos, cultos e seminários se tornam mais interessantes quando a presença do Apóstolo Fulano é confirmada. É um chamariz: “venha e receba a unção apostólica diretamente do Apóstolo Beltrano”. Tais apóstolos têm se colocado como super-crentes, uma nova e especial classe da igreja, a elite cristã dos tempos modernos. Hoje existe de tudo um pouco neste balcão mercantil da fé: Apóstolo do Brasil, Apóstolo da Santidade, Apóstolo do Avivamento e até mesmo o mais popular apóstolo brasileiro, chamado por muitos por “Paipóstolo”.
Existem hoje ministérios com características apostólicas, no sentido das missões (envio) e no estabelecimento de igrejas. No entanto, isso não faz de ninguém um apóstolo nos padrões bíblicos. A forma como Wayne Grudem explica esse fato é muito esclarecedora: “Embora alguns hoje usem a palavra apóstolo para referir-se a fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e proveitoso, porque simplesmente confunde que lê o Novo Testamento e vê a grande autoridade ali atribuída ao ofício de ‘apóstolo’. É digno de nota que nenhum dos grandes nomes na história da igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield – assumiu o título de ‘apóstolo’ ou permitiu que o chamassem apóstolo. Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título ‘apóstolo’, logo levantam a suspeita de que são motivados por um orgulho impróprio e por desejos de auto-exaltação, além de excessiva ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra pessoa deve corretamente ter”. (Grudem, p. 764).
É equivocado aplicar o termo “apóstolo” para ministros contemporâneos. A Bíblia de Estudo de Genebra concluí que “Não há apóstolos hoje, ainda que alguns cristãos realizem ministérios que, de modo particular, são apostólicos em estilo. Nenhuma nova revelação canônica está sendo dada; a autoridade do ensino apostólico reside nas escrituras canônicas” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).
Tamanho o fascínio que os crentes possuem por essa Restauração Apostólica, gera preocupação nas lideranças mais sóbrias. Vale citar as sábias palavras de Augusto Nicodemus Lopes: “Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos auto-nomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira.” (Lopes, cf. blog do autor).
Conclusão
Os ofícios que o Novo Testamento expõem para a igreja, para aqueles que compõem sua liderança, são: Apóstolos, Pastores (ou Presbíteros, ou Bispos – já que todos os termos representam a mesma função/ofício – Tito 1.5-7; Atos 20.17,28) e Diáconos. Esta Restauração Apostólica não encontra subsídio bíblico ou histórico, portanto, levando em conta este contexto, e considerando principalmente que Paulo foi o último apóstolo, conclui-se que não existem apóstolos em nossos dias. Cabe a igreja de nossos dias, exercer suas funções sem invencionices e modismos, seguindo o puro e verdadeiro Evangelho.
Referências:
Buckland, AR. e Willians, L. Dicionário Bíblico Universal. São Paulo: 2001. Editora Vida
Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo: 1999. Editora Cultura Cristã
Geisler, N. e Rhodes, R. Resposta às Seitas. Rio de Janeiro: 2004. CPAD.
Champlin, RN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, v. 3 e 4. São Paulo: 2002. Hagnos
Grudem, W. Teologia Sistemática. São Paulo: 1999. Edições Vida Nova.
AGIR – Agência de Informações Religiosas – www.agirbrasil.com
Augusto Nicodemus Lopes - http://tempora-mores.blogspot.com/
João Rodrigo Weronka, Bacharel em Ciências Econômicas pela PUCPR. Atua no campo de pesquisas religiosas e apologética desde 2002. Organizador da NAPEC - Núcleo Apologético de Pesquisas e Ensino Cristão - Congrega na Igreja do Evangelho Quadrangular Jd. Marambaia, em São José dos Pinhais - PR desde 2001, onde atua como professor. – jrweronka@yahoo.com.br
Thursday, April 26, 2007
Para Meditar.
Leia bem devagar e com muita atenção a palavra de Deus no livro de Marcos 6:30-44.
Leia mais uma vez os versos 35 a 37. Observe a atitude dos apóstolos. Eles queriam despedir a multidão a fim de que as pessoas “se virassem” para conseguir o próprio alimento em pleno deserto e já anoitecendo. Iam despedir uma multidão de mais de cinco mil famintos deixando-os à própria sorte!
Esta atitude lhe parece familiar? Alguma vez você já fugiu da responsabilidade para com as necessidades de alguém e deixou que ela “se virasse”?
Alguma vez você já viu alguém em dificuldade material ou espiritual e deixou-a a própria sorte? Você conhece alguém indo para o inferno sem conhecer Jesus e está deixando que ela se vire no deserto espiritual do mundo?Observe agora a atitude de Jesus (v. 37): “dai-lhes vós de comer”. O Mestre é enfático. A responsabilidade de prover as necessidades dos que precisam é de cada um de nós.
É possível que você esteja preocupado com muitas necessidades pessoais que espera sejam cumpridas neste dia. Deus, contudo, está pensando nos muitos necessitados de todos os tipos, que Ele vai colocar ao seu lado neste dia e “torcendo” para que você não os despeça no deserto da vida em meio à noite espiritual para que elas “se virem”. “Dai-lhes vós mesmos de comer”, diz Jesus.
Ore agora a Deus e peça que Ele lhe conceda espírito de compromisso e amor para com as pessoas que lhe cercam.
O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor.
Para Confiar.
Que é um Evangélico?
Desde o "Ano do Evangélico", correspondente ao bicentenário de nossa nação (no caso os EUA) em 1976, o termo - pelo menos na América do Norte - veio a identificar aqueles que salientam um determinada marca da política, uma abordagem moralista e freqüentemente legalista da vida, e certo tipo de imitação, "cafona" de estilo de evangelismo. Para alguns o termo compreende o emocionalismo que eles vêem na televisão religiosa. Para outros, hipocrisia e justiça própria. E aí há as memórias que muitos de nós, que fomos criados como evangélicos, temos: ambientes familiares fortes e cuidadosos; um senso de pertencer a um mesmo lugar, com os amigos que gostam de conversar das "coisas do Senhor".
Independente do seu passado, é importante entender o significado do termo "evangélico".
As pessoas só começaram a usar o rótulo no século XVI, designando aqueles que abraçaram o Evangelho que havia - num sentido bem real - sido recuperado pela Reforma Protestante naquele século. "Evangélico" vem de "evangel", que é o termo grego para "evangelho". Deste modo, os "evangélicos" eram luteranos e calvinistas que queriam recuperar o evangel e proclamá-lo dos altos dos telhados. Era uma designação empregada para colocar os Protestantes num agudo contraste com os Católicos Romanos e "seitas". Mas para entender por que estes Protestantes pensavam que eram realmente aqueles que recuperaram o verdadeiro e bíblico Evangelho, temos que entender o que era aquele evangelho.
O "Evangel"
A Reforma era uma coleção de "solas" - esta é a palavra latina para "somente". Eles vibravam ao dizer "Sola Scriptura!", significando, "Somente as Escrituras". A Bíblia era a "única regra para fé e prática" (Westminster) para os reformadores. Você vê que a igreja acreditava que a Bíblia era totalmente inspirada e infalível, mas a igreja era o único intérprete infalível da Bíblia. Os Reformadores acreditavam que a Tradição era importante e que os Cristãos não a deveriam interpretar por eles mesmos, mas que todos os cristãos sejam clérigos ou leigos, deveriam chegar a um comum entendimento e interpretação das Escrituras juntos. A Bíblia não deveria ser exclusivamente deixada aos "espertos", mas isso nunca significou para os Reformadores que cada cristão deveria presumir que ele ou ela pudessem chegar a interpretações da Bíblia sem a orientação e assistência da Igreja.
O principal ponto de "Sola Scriptura" então, era este: Não deveria ser permitido à Igreja fazer regras ou doutrinas fora das Escrituras. Não existem novas revelações, nem papas que ouvem diretamente a voz de Deus, e nada que a Bíblia não apresente deveria ser ordenado aos cristãos.
O segundo "sola" era "Solo Christus", "Somente Cristo". Isto não queria dizer que os Reformadores não criam na Trindade - pois o Pai e o Espírito Santo eram igualmente divinos, mas que Cristo, sendo o "Deus-Homem" e nosso único Mediador, é o "Homem de frente" para a Trindade. "Aquele que me vê a Mim, vê ao Pai que me enviou", disse Jesus. Num tempo em que meros seres humanos estão tomando o lugar de Cristo como Mediador entre Deus e cristãos, os reformadores proclamaram juntamente com Paulo: "Há somente um Deus e um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Tim. 2: 5). Eu cresci em igrejas onde tínhamos "apelos ao altar" e esta pode ser a coisa mais próxima que nós cristãos modernos temos do "chamado ao altar" medieval, a missa. Em nossas igrejas, o pastor atuaria como mediador, vendo nossa mão levantada "enquanto cada cabeça está baixa e cada olho fechado", e nós iríamos para a frente onde ele estava, o chamado "altar" e repetiríamos uma oração após ele. Então ele afirmaria que, tendo "feito a oração", nós agora estaríamos salvos. Eu me lembro de ter sido "salvo" novamente, e novamente. Quando me senti culpado após uma particular e desagradável noite de sábado, lá ia eu novamente ao altar. Cristãos medievais estavam sempre apavorados até a morte, por ver que poderiam morrer com pecados não confessados e assim iriam para o inferno. Assim, a missa era uma oportunidade de "estar em dia com Deus" e de "encher a banheira" que tinha tido um vazamento por causa do pecado.
Os reformadores, porém, diriam àqueles dentre nós que vivem ansiosos quanto ao fato de estar ou não dentro do favor de Deus, ou se estamos cedendo demais ou obtendo vitória: "Somente Cristo!" É a Sua vida e não a nossa, que conta para a nossa salvação; foi a Sua morte sacrificial e ressurreição vitoriosa que nos assegurou vida eterna. Porque Ele "entregou tudo"; o Seu mérito cobre totalmente o nosso demérito.
E isso nos traz ao próximo "sola" - "Sola Gracia" (Somente a Graça!) Roma acreditava na graça; de fato, a Igreja insistia que, sem a graça, ninguém poderia ser salvo. Só que a graça era o tipo de "um pó mágico" que ajudava a pessoa a viver uma vida melhor - com a ajuda de Deus. Os reformadores, em contrapartida, diziam que a graça não é uma substância que Deus nos dá para vivermos uma vida melhor, mas sim uma atitude em relação a nós, aceitando-nos como justos por causa da santidade de Cristo, e não nossa.
Por isso eles lançaram o quarto "somente" (sola), que sabemos ser "Sola Fide" (somente a fé). Considerando que somos salvos somente pela graça, como obtemos essa graça? Roma argumentava que essa graça era distribuída pela igreja através dos vários métodos que os "altos escalões" haviam inventado. Fé mais amor, ou fé mais boas obras, ou alguma coisa assim, tornou-se a fórmula para a salvação. Os reformadores ao contrário, insistiam que do início ao fim, "salvação é obra do Senhor" (João 2: 9). "O Espírito dá vida; o homem em nada colabora" (João 6: 55). "Não depende da decisão, nem do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus" (Rom 9: 16). Assim a fé em si mesma é um dom da graça de Deus e não se pode dizer dela que seja "a coisa" que nós fazemos na salvação: Pois nós não somos nascidos da vontade da carne ou da vontade do homem, mas de Deus" ( João 1: 13).
No minuto em que uma pessoa olha para "Cristo somente" para sua salvação, dependendo da Sua vida santa e sacrifício substitutivo na cruz, naquele exato momento ela ou ele é justificado (posto em posição de justiça, declarado justo, santo, perfeito). A própria santidade de Cristo é imputada (creditada) na conta do crente, como se ele ou ela tivessem vivido uma vida perfeita de obediência - mesmo enquanto aquela pessoa continua a cair repetidamente no pecado durante sua vida. O Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está "olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé"( Heb. 12: 2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo).
Finalmente, os reformadores disseram que tudo isso significa que Deus é quem tem todo o crédito. "Soli Deo Gloria" (Somente a Deus seja a Glória) era a forma que eles colocavam - nosso último "sola", que quer dizer, "A Deus somente seja a Glória" Um evangélico, portanto, era centrado em Deus; alguém que estava convencido de que Deus havia feito tudo e que não restava nada que o homem considerasse seu a não ser seu próprio pecado. Isto não apenas transformou radicalmente a vida devocional dos crentes que o abraçaram, mas toda a estrutura social também.
Numa velha taverna do século XVII em Heidelberg, na Alemanha, lê-se no alto "Soli Deo Gloria!" Johann Sebastian Bach, o famoso compositor, assinou todas as suas composições com aquele slogan da Reforma. Do mesmo modo, um outro compositor, Handel, declarou, "Que privilégio é ser membro da igreja evangélica, saber que meus pecados estão perdoados. Se nós fossemos deixados à mercê de nós mesmos, meu Deus, o que seria de nós?" Grandes e nobres vidas requerem grandes e nobres pensamentos, e a soberania e a graça de Deus são, para o crente, grandes e nobres pensamentos. Os reformadores disseram a Roma o que J.B.Philipps, o tradutor inglês da Bíblia, disse à igreja contemporânea: "O Deus de vocês é muito pequeno".
A Reforma, a qual produziu o termo "evangélico", também recuperou a doutrina bíblica do "sacerdócio universal de todos os santos" e a noção bíblica do chamado e vocação. A igreja tinha dividido os cristãos em primeira classe (aqueles que serviriam no "ministério cristão em tempo integral") e segunda classe (aqueles que estavam empregados em serviços "seculares"). Os reformadores concediam, por direito, que todos os cristãos são sacerdotes e são, por isso, ministros de Deus, independente de estarem varrendo uma sala para a glória de Deus, moldando uma peça de cerâmica, defendendo um cliente na corte, curando um paciente, ordenhando uma vaca, ou conduzindo uma congregação no louvor. Não há o "secular" e o "sagrado" - Deus criou o mundo inteiro e fez a vida neste mundo como algo inseparável de nossa própria humanidade.
Como nós ajustamos as coisas hoje?
A questão, é claro, é se "evangélico" hoje significa o que significou há quinhentos anos.
Em primeiro lugar, muitos dos evangélicos de hoje têm uma visão das Escrituras inferior à que a igreja de Roma tinha no século XVI. Instituições evangélicas de peso duvidam da confiabilidade da Bíblia e de sua infalibilidade - a menos, claro, que se trate daquilo que eles já decidiram que é verdade. Outros acreditam que a Bíblia é inerrante, porém acrescentam novas regras e revelações ao cânon. "A Bíblia é suficiente", nos aconselhariam os reformadores. Os sermões, com muita freqüência, são "pop-inspiracionalistas" discursos superficiais de "Como criar filhos positivos" ou "Como ter uma auto-estima" em detrimento de sérias exposições das Escrituras. De acordo com o Gallup, "Os EUA são um país de iletrados bíblicos", ainda que 60 milhões deles se consideram "evangélicos".
Em segundo lugar, muitos evangélicos modernos também não acreditam que Cristo é suficiente. Às vezes pessoas muito boas e nobres substituem Cristo como nosso único Mediador, assim como o Espírito Santo. Enquanto louvamos o Espírito juntamente com o Pai e o Filho, o Filho tem este papel único de nosso único advogado e Mediador. Não devemos olhar para a obra do Espírito nos nossos corações, mas para a obra de cristo na cruz. Às vezes, nós temos mediadores humanos que não são o Deus-Homem Jesus Cristo. Precisamos de outras coisas pelo meio, como a figura do pastor no "apelo" do altar ao qual me referi anteriormente. Não muito tempo atrás eu vi um tele-evangelista de sucesso tirando o fone do gancho e informando seus telespectadores que "esta é sua conexão com Deus". Uma banda secular, "Depeche Mode", canta sobre "Seu próprio Jesus Pessoal" que pode ser contactado ao se pegar no fone e fazendo sua confissão. Enquanto estivermos neste assunto, também deveríamos mencionar que foi a venda de indulgências de John Tetzel (redução do período no purgatório em troca de valores em dinheiro) que inspirou as "Noventa e Cinco Teses "de Lutero, desencadeando a Reforma. "Quando a moeda bate no cofre", o coro cantava, "uma alma do purgatório é vivificada". Será que isso realmente é diferente da venda da salvação que temos visto na televisão cristã, rádio, e mesmo em muitas igrejas? Dinheiro e salvação têm sido distorcidos para serem uma coisa só no meio de muitos de nós. "Eles vendem salvação a você", canta Ray Stevens, "enquanto eles cantam 'Amazing Grace' ('Graça Maravilhosa')".
Muitos evangélicos hoje crêem que "Somente a Graça" (sola gracia) é algo como livre-arbítrio, uma decisão, uma oração, uma ida até a frente, uma segunda bênção, algo que nós façamos por Deus que nos dará confiança de sermos alvo do Seu favor. Doutrinas como eleição, justificação e regeneração são discutidas quase que nunca, porque elas mostram o quadro de uma humanidade que é incapaz e nem ao menos pode cooperar com Deus em matéria de salvação. Se nós formos salvos é Deus e Deus somente que deverá faze-lo.
E sobre "Somente a Fé" (sola fide)? Muitos evangélicos acham que a fé não é suficiente. Se um indivíduo crê em Cristo e daí sai e o anuncia, será que a fé é suficiente? Alguns insistem que a fé mais a entrega, ou a fé mais a obediência, ou fé mais um sincero desejo de servir ao Senhor servirão como uma fórmula. O fato de que os evangélicos hoje lutam com estas questões indica que nós não ouvimos o "som seguro" de "Somente a Fé" em nossas igrejas. Fé é suficiente porque Cristo é suficiente.
Como se comparariam os evangélicos de hoje com os seus predecessores em matéria de "Somente a Deus seja a Glória"? Auto-estima, glória-própria, centralidade do "eu" parecem dominar a pregação, ensino e a literatura popular do mundo evangélico. Os evangélicos de hoje sabem muito pouco do grande Deus dos reformadores - um Deus que faz tudo conforme o Seu agrado, em relação aos céus e às pessoas sobre a terra e "que faz tudo conforme o conselho da Sua vontade" (Dn. 4; Ef. 1: 11). Os evangélicos hoje, refletindo sua cultura e sociedade mais ampla, estão intimidados por um Deus que é Deus. Porém que outro Deus é digno de confiança? Em poucas palavras, que outro Deus existe? Louvar ao Deus de uma experiência pessoal ou o Deus de preferência pessoal é louvar um ídolo. Os reformadores levaram isso a sério, e aqueles que quiserem ser evangélicos genuínos também devem faze-lo.
Conclusão
Muitas pessoas se perguntam por que o povo da "Reforma" parece bravo. Ninguém quer estar ao redor de pessoas bravas - e eu não gostaria de ser conhecido como uma pessoa "brava". Mas precisamos encarar o fato de que estes são tempos de grande infidelidade para o povo de Deus. A nós foi dada uma fé rica, com Cristo no centro. Porém trocamos nossa rica dieta por um saco de pipocas e estamos mal nutridos. Se os evangélicos terão a mesma saúde espiritual que tiveram em épocas passadas, eles terão que voltar para as verdades que fazem de "evangélicos" "evangélicos". A Bíblia - nosso único fundamento; Cristo - nossa única esperança; Graça - nosso único evangelho; Fé - nosso único instrumento; a Glória de Deus - nosso único alvo; o Sacerdócio de todos os santos - nosso único ministério. Este evangelicalismo original ainda é suficiente para fazer, mesmo de nossas menores vitórias, algo muito grande.
Wednesday, April 25, 2007
Para Meditar.
Abra agora a Palavra de Deus em Lucas 8:19-21 e leia este pequeno trecho do evangelho. Após esta primeira leitura, ore a Deus pedindo-lhe iluminação para o entendimento do texto.
Observe que o fato ocorreu numa época do ministério de Jesus caracterizando pelas grandes multidões que O seguiam admirados pela sua pregação e milagres ( v. 19). Veja ainda que, como Deus-homem, Jesus tinha uma missão a cumprir, embora ainda mantivesse os laços familiares com a mãe e os irmãos (Marcos 6:3). No entanto, a resposta de Jesus demonstra que Ele priorizava aqueles que se tornaram íntimos dele através do Evangelho, não permitindo que outras dimensões da sua vida atrapalhassem o propósito do Pai.
Pense um pouco: no lugar de Jesus, qual teria sido sua atitude? Você se inclui entre aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e, portanto, pertence à família de Deus? E quanto à prática? O que tem sido mais difícil para praticar? Por quê?
Conclua este momento devocional, intercedendo a Deus por cada aspecto de sua vida que tem sido difícil viver à luz da Palavra de Deus e consagre o dia ao Senhor.
Para Confiar.
Tuesday, April 24, 2007
A Alma do Outro
A vida vai nos ensinando quanto isso é verdade. Pais e filhos, irmãos, amigos e amantes podem conviver décadas a fio, podem ter uma relação intensa, podem se divertir juntos e sofrer juntos, ter gostos parecidos ou complementares, ser interessantes uns para os outros, superar grandes conflitos – mas persiste o lado avesso, o atrás da máscara, que nunca se expõe nem se dissipa.
Nem todos os mal-entendidos, mágoas e brigas se dão porque somos maus, mas por problemas de comunicação. Porque até a morte nos conheceremos pouco, porque não sabemos como agir. Se nem sei direito quem sou, como conhecer melhor o outro, meu pai, meu filho, meu parceiro, meu amigo – e como agir direito?
Neste momento escrevo, como já disse, um livro sobre o silêncio. Começou como um ensaio na linha de O Rio do Meio e Perdas & Ganhos, mas acabou se tornando um romance, em pleno processo de elaboração. Isso me faz refletir mais agudamente sobre a questão da comunicação e sua por vezes dramática dificuldade, pois nos mal-entendidos reside muito sofrimento desnecessário.
Amor e amizade transitam entre esses dois "eus" que se relacionam em harmonia e conflito: afeto, generosidade, atenção, cuidados, desejo de partilhamento ou de vida em comum, vontade de fazer e ser um bem, e de obter do outro o que para a gente é um bem, o complicado respeito ao espaço do outro, formam um campo de batalha e uma ponte. Pontes podem ser precárias, estradas têm buracos, caminhos escondem armadilhas inconscientes que preparamos para nossos próprios passos em direção do outro. O que está mergulhado no inconsciente é nosso maior tesouro e o mais insidioso perigo.
Pensar sobre a incomunicabilidade ou esse espaço dela em todos os relacionamentos significa pensar no silêncio: a palavra que devia ter sido pronunciada, mas ficou fechada na garganta e era hora de falar; o silêncio que não foi erguido no momento exato – e era o momento de calar.
Mas, como escrevi várias vezes, a gente não sabia. É a incomunicabilidade, não por maldade ou jogo de poder, mas por alienação ou simples impossibilidade. Anos depois poderá vir a cobrança: por que naquela hora você não disse isso? Ou: por que naquele momento você disse aquilo?
Relacionar-se é uma aventura, fonte de alegria e risco de desgosto. Na relação defrontam-se personalidades, dialogam neuroses, esgrimem sonhos e reina o desejo de manipular disfarçado de delicadeza, necessidade ou até carinho. Difícil? Difícil sem dúvida, mas sem essa viagem emocional a existência é um deserto sem miragens.
No relacionamento amoroso, familiar ou amigo acredito que partilhar a vida com alguém que valha a pena é enriquecê-la; permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional, é desperdício de vida. Entre fixar e romper, o conflito e o medo do erro.
Somos todos pobres humanos, somos todos frágeis e aflitos, todos precisamos amar e ser amados, mas às vezes laços inconscientes enredam nossos passos e fecham nosso coração. A balança tem de ser acionada: prevalecem conflitos ásperos e a hostilidade, ou a ternura e aqueles conflitos que ajudam a crescer e amar melhor, a se conhecer melhor e melhor enxergar o outro? O olhar precisa ser atento: mais coisas negativas ou mais gestos positivos? Mais alegria ou mais sofrimento? Mais esperança ou mais resignação?
Cabe a cada um de nós decidir, e isso exige auto-exame, avaliação. Posso dizer que sempre vale a pena, sobretudo vale a pena apostar quando ainda existe afeto e interesse, quando o outro continua sendo um desafio em lugar de um tédio, e quando, entre pais e filhos, irmãos, amigos ou amantes, continua a disposição de descobrir mais e melhor quem é esse outro, o que deseja, de que precisa, o que pode – o que lhe é possível fazer.
Em certas fases, é preciso matar a cada dia um leão; em outras, estamos num oásis. Não há receitas a não ser abertura, sinceridade, humildade que não é rebaixamento. Além do amor, naturalmente, mas esse às vezes é um luxo, como a alegria, que poucos se permitem.
Seja como for, com alguma sorte e boa vontade a alma do outro pode também ser a doce fonte da vida.
Serenata
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.
Como um vale iluminado em meio a montanhas escuras...
Para ele, "A cultura pós-moderna gerou uma inversão nesse processo. No passado, o sentimento de culpa e a consciência do pecado eram grandes e faziam do ser humano alguém que não merecia o amor divino. Hoje, com o crescimento do individualismo, da cultura do consumo e dos direitos do consumidor, da busca pela auto-realização e da auto-suficiência, a sociedade vem produzindo uma geração de narcisistas auto-indulgentes que precisam ser bajulados, mimados e adulados, sem que isso sequer produza algum sentimento de gratidão."
E continua: "Seja para aqueles que se sentem indignos e procuram fazer alguma coisa que os tornem merecedores do amor de Deus, seja para aqueles que se julgam lindos e maravilhosos, para os quais Deus tem de se desdobrar para conquistar seu amor, o que vemos é a enorme dificuldade que o pecado criou para a compreensão do amor divino e para a forma como precisamos responder a esse amor em todos os nossos relacionamentos."
Refletindo justamente sobre esta realidade vivenciada não apenas na minha própria vida e relacionamentos, mas nos desdobramentos da minha prática pastoral no cotidiano, tenho chegado à conclusão que, indubitavelmente, a graça é mesmo incompreendida.
Ora banalizada e travestida de barganha de pouco valor, ora esquecida e decorada com resquícios legalistas, a graça tem sido vituperada e massacrada. Poucos a vivenciam, embora muitos digam crer nela.
Somos seitas: nada mais do isto...
Na reportagem do Fantástico com entrevista de Ilze Scamparini o cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes da Congregação para o Clero, um dos mais altos cargos do vaticano afirma "a igreja católica diminuiu tremendamente e as seitas cresceram tremendamente".
Assista o vídeo da entrevista no link abaixo
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM668087-7823-CARDEAL+BRASILEIRO+DIZ+QUE+BENTO+XVI+ESTA+PREOCUPADO+COM+O+BRASIL,00.html
Para Meditar.
Que tal começar a mudar isto hoje e pensar nEle em primeiro lugar? Conduza o seu coração humildemente à presença dele e reverentemente consagre este dia a Ele. Abra a sua Bíblia em Provérbios 5:21, leia o versículo quantas vezes for necessário para memorizá-lo, deixando que a Palavra de Deus renove sua mente.
Observe que o texto afirma que o homem possui “caminhos” e “veredas”. Isto é, ele tem opções, escolhas e liberdade para decidir-se por eles! Certamente no dia de hoje você tomará inúmeras decisões! Algumas tão triviais que serão automáticas e inconscientes; outras, porém tão importantes que produzirão dúvidas, reflexão e certa dose de insegurança. São seus “caminhos” e “veredas”! É bom ser livre, mas a liberdade tem um preço: conseqüências boas ou más!
Aplique ao seu coração recapitulando quais as decisões importantes que você terá que tomar hoje? Você já escolheu os caminhos, as opções? Já consultou ao Deus que tem os olhos sobre a sua vida? Poder decidir é dom de Deus que nos fez livres, mas decidir conforme Sua vontade é dever de quem lhe quer ser grato!
Agora submeta em oração a Deus todas as decisões que serão tomadas neste dia. Peça sabedoria e discernimento! Suplique a iluminação e direção dele. Não esqueça de manter sua vida pura e sua mente limpa para ouvir bem a voz do Pai. Se algo ocorrer de errado e vier a desagradá-lo, confesse imediatamente, aproprie-se do perdão e siga em frente.
Ore pela sua família, interceda pela igreja e pelo país.
O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor.
Para Confiar
Monday, April 23, 2007
Eterna Magia!
Para Meditar.
A palavra de Deus diz-nos em Lamentações de Jeremias 3:22,23 que hoje é uma nova oportunidade de viver porque Deus renovou sua misericórdia para com nossas vidas. Você já pensou na vida como sendo uma sucessão de dias onde Deus renova cada um para que vivamos nele?
Não? Então, inicie agradecendo a Deus pela sua misericórdia e pelo dom da vida! Deixe a gratidão inundar o seu coração e tomar conta dos seus lábios numa oração de louvor.
Não peça nada ainda, apenas o louve! Pela sua vida, pela sua saúde, pela sua família, pela proteção divina, pelo pão cotidiano, pela fidelidade de Deus etc.
Agora, vamos à Palavra e leiamos juntos todo texto acima citado. Vagarosamente repita a leitura, deixando a Palavra do Senhor repousar no seu coração e fazer morada no seu interior.
Você sabe qual era o contexto histórico das Lamentações? Pois bem, era um contexto de destruição, guerra, miséria, desespero... por isso são lamentações! Porém, subitamente uma ponta de esperança surge no coração do profeta e ele traz à memória algo que lhe dava esperança (v.21).Observe: O que Jeremias diz que pode lhe dar esperança? É algo que está nele ou nas circunstâncias? Qual é a base para a esperança do profeta? O que é misericórdia? E fidelidade?
Aplique agora ao seu coração: Em quem você tem posto sua esperança? Ou você já a perdeu? Será que a sua situação é pior do que a do profeta?
Vá mais além! Que tal memorizar estes versos? Conclua este momento de encontro com Deus intercedendo pela sua família, igreja e país!
O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor.
Para Confiar
Sunday, April 22, 2007
Perfeitinha, mas ordinária.
É assim que a reportagem da Veja apresenta a mais nova febre da rede mundial, que já atraiu mais de 5,4 milhões de usuários “habitantes”, dos quais os brasileiros já perfazerm 216 mil, ocupando a 7ª posição no ranking das “nações”.
A idéia é simples e genial: um misto de jogo e site de relacionamento, no qual circulam bonequinhos “avatares” – da tradição hindu, que significa “encarnação” – que vão costruindo um mundo próprio com ambientes próprios, moeda própria - “o linden dólar” - ... enfim, um novo mundo!
Segundo a psicóloga Liana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, “quando planeja seu personagem, a pessoa tem a ilusão de conquistar o que jamais teria na vida real, a custo muito menor”.
Aí está o resumo do Second Life: ilusão com pouco custo!
Abstrair-se da realidade e desenvolver o chamado “pensamento mágico” é característica humana, sem a qual seria impossível viver, porém o Second Life importa dois elementos interessates e perigosos: a auto-suficiência do poder ilimitado e a fantasia sem custo real.
Na vida real o limite imposto é extremamente salutar e sua ausência é o que provoca de sociopatas a megalomaníacos.
Na vida real o custo embutido em relacionamentos e no consumo de bens e serviços é justamente o que permite a convivência saudável e dolorosa com frustrações e decepções que alicerçam o caráter e a ética.
É uma proposta perfeitinha, mas ordinária.
A proposta cristã não é criar uma segunda vida, mas recriar a vida real em que já vivemos. Não é fazer de novo, é refazer. É exatamente isto que Paulo tem em mente ao afirmar que “se alguém está em Cristo – isto é, sob o senhorio de Jesus – nova criatura é; as coisas velhas já passaram e tudo se faz novo”.
A proposta é uma mudança de dentro para fora, a fim de ser vivenciada no mundo real, mesmo que as coisas externas ainda permaneçam como estão.
Não descarte sua vida como se nada pudesse extrair de bom dela. Permita que o evangelho seja o fator de mudança da sua vida e ela passará a valer a pena ser vivida, mesmo que não seja tão “pefeitinha” como no Sec ond Life.
Com carinho,
Pastor Robinson
Friday, April 20, 2007
Não se trata de julgar precipitada, nem generalizadamente,
Uma imagem diz tudo
Isso é o que dá inventar dogma
Comissão Teológica Internacional da Igreja enterrou o conceito. Documento diz que o limbo reflete uma "visão excessivamente restritiva da salvação".
A Igreja Católica Romana enterrou definitivamente o conceito de limbo, o lugar para onde os bebês que não tivessem sido batizados iriam quando morressem, de acordo com séculos de tradição e ensinamentos.
Num documento muito esperado, a Comissão Teológica Internacional da Igreja disse que o limbo reflete uma "visão excessivamente restritiva da salvação", segundo o Serviço de Notícias Católico, que obteve a cópia do texto nesta sexta-feira (20).
O texto diz que a graça tem preferência sobre o pecado, e a exclusão de bebês inocentes do Céu não parecia refletir o amor especial que Cristo tinha pelas crianças, afirmou o Serviço de Notícias Católico, de propriedade da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.
O limbo, que vem da palavra em latim para "borda", "limite", era considerado por teólogos medievais um estado, ou lugar, reservado aos mortos não-batizados, incluindo gente de bem que havia vivido antes da chegada de Cristo.
"Nossa conclusão é que os vários fatores que analisamos fornecem uma base teológica e litúrgica séria para esperar que os bebês não-batizados que morrerem serão salvos", diz o documento.
A partir de agora, pela resolução do Vaticano, as crianças que morreram e vierem a morrer antes de serem batizadas poderão ser salvas. O mesmo vale para as pessoas que viveram antes do surgimento da Igreja Católica, que, pela religião, poderão ir ao Céu dependendo do "desejo de Deus" de salvá-los.
Os ensinamentos da Igreja Católica dizem que o batismo elimina o pecado original, que marcou todas as almas com a expulsão de Adão e Eva do Paraíso. O catecismo oficial da Igreja, lançado em 1992 depois de décadas de elaboração, já não usava o conceito de limbo.
Pelo novo texto, "Deus pode dar a graça do batismo sem que tenha havido o sacramento".
Na Divina Comédia, Dante Alighieri colocou os pagãos virtuosos e os grandes filósofos clássicos, como Platão e Sócrates, nascidos antes do surgimento da Igreja Católica, no limbo.
Voltei com a dimensão exata...
Sendo assim me conformo à relação inversamente proporcional entre a quantidade de leitores e a importância do que escrevo para eles e volto...
Friday, April 13, 2007
Por favor...
Para Meditar
Lembra da escolha de José? Pois é, isso lhe rendeu uma prisão. E só porque escolheu ser fiel a Deus ele foi preso injustamente. E ainda lá na prisão, foi “esquecido” pelo copeiro-chefe.
Como teria sido a reação José naquele momento? Uma vida de altos e baixos!!!! Será que Deus tem algo comigo mesmo? Será que Ele esta me vendo? Pressão! José deveria esta sob forte pressão das suas convicções!
Há momentos na nossa vida, que parece mais que fomos esquecidos em uma cela, como José havia sido esquecido pelo copeiro-chefe. É mas isso é uma sensação! Deus não abandona nunca porque Ele disse que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Peça a Deus que lhe conceda graça de vê-lo nos momentos mais duros e tristes da vida! Peça a Ele que fortaleça a sua fé!!
O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor.
Para Confiar
Para Pensar
Thursday, April 12, 2007
É por estas e tantas outras, que és minha preferida, Cecília...
Para Meditar
O nosso texto de hoje fala de um momento de tensão que José teve que enfrentar na casa de Potifar, ele foi assediado por sua mulher. Muitas vezes temos que fazer escolhas na vida, muitas das escolhas que fazemos refletirá no nosso futuro, por isso, temos que ter sabedoria em identificar as armadilhas do Diabo para nossas vidas. Sabe, não estava nos planos do Diabo que José fosse preso não, o que ele queria era que ele cedesse às investidas da mulher de Potifar. Isso na verdade, colocaria em cheque todas as convicções que José tinha a respeito de seu Deus. Às vezes, somos colocados em situações, em que somos levados a fazer escolhas e rápido. Os resultados nem sempre iremos compreender, imagine a cabeça de José em relação a Deus! Eu imagino que se fosse comigo, eu perguntaria a Deus porque Ele permitiu que isso acontecesse se eu havia feito a escolha de agradá-lo e por causa disso estava ali preso.
Deus tem sempre uma surpresa para nós!! “A vida dá muitas voltas” como ouvimos sempre de certas pessoas, e com José não foi diferente. E a isto nós chamamos de PROVIDENCIA.
Se um dia você estiver em caminhos duros, lembre-se que Deus tem sempre uma surpresa!!!!!!!!
Então faça seguinte, viva esse dia intensamente, viva-o pra louvor da glória de Deus. E espere!! Espere que você verá a glória de Deus se manifestar!
Que Deus lhe dê sabedoria pra viver!!! Até mais!!!
(O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor)
Para Pensar
Wednesday, April 11, 2007
Eu tô falando...
11/04 - 17:13, atualizada às 18:12 11/04 - Juliana Simon, do Último Segundo
SÃO PAULO - O Ministério Público do Estado de São Paulo e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) assinaram, na terça-feira, um termo que prevê apenas três grandes eventos por ano na Avenida Paulista, no centro da capital. De acordo com a assessoria da prefeitura, os eventos escolhidos foram a Corrida de São Silvestre, o réveillon e a Parada do Orgulho GLBT.
Outros eventos, como a comemoração do 1º de Maio e a Marcha Evangélica, serão deslocados para outros lugares. A CUT informou que pretende fazer a festa do Dia do Trabalho no Parque da Independência; já a Igreja Renascer em Cristo ainda não se pronunciou sobre um novo local para a marcha.
Segundo a assessoria do SP Turismo, os critérios de escolha dos eventos foram a "tradição" e "diversidade". A Parada do Orgulho GBLT foi escolhida por acontecer há mais de 10 anos e trazer oportunidades de emprego e turismo. Na edição de 2006, o evento trouxe R$ 185 milhões à cidade.
Outro fator é que a parada não é estática, portanto, não há necessidade da montagem de palco e outras estruturas que atrapalham o trânsito. Outra novidade do evento para este ano é sua duração, que será das 12h até as 16h.
"O réveillon precisa de palco, mas é montado no final do ano, com a cidade mais vazia. E a São Silvestre é no mesmo dia", argumentou o presidente da São Paulo Turismo, Caio Luiz de Carvalho.
(* com informações da Agência Estado)
Para Meditar
Estamos estudando nessa semana a PROVIDENCIA de Deus. E como roteiro, estamos tendo a vida de José. Na verdade a Bíblia tem muitas outras narrativas ou episódios que mostram a providencia de Deus, mas a história de José se tornou um clássico quando se trata do agir de Deus na história do ser humano.
Então vamos ao texto. Gênesis 39 mostra-nos a forma como Deus cuida de seus servos. Deus sempre esteve com José, então sem que ele esperasse, estava na casa de uma pessoa importante e fazendo-o prosperar.
Quando Deus está do nosso lado, as portas se abrem, somos colocados diante das pessoas certas que são instrumentos nas mãos de Deus para nos abençoar. Potifar foi um instrumento deste tipo. Deus o usou de forma brilhante para livrar a vida de José da destruição e assim conduzindo-o ao cumprimento de seus planos. Potifar poderia ter comprado qualquer outro escravo, mas tinha que ser José, pois Deus estava com um plano estabelecido para a vida de José.
Quando parecer que as coisas estão perdidas, cuidado, você pode ser surpreendido com o improvável. Talvez José devesse ter esquecido das promessas de Deus lá na condição de escravo, sem perspectiva nenhuma, mas Deus não esquece do que promete.
Que nesse dia, você possa ser surpreendido por Deus em coisas que você nem imagina que ainda possa acontecer, mas que sempre esteve nos planos de Deus pra você. Até!!!!
(O conteúdo das mensagens Meditações Diárias é protegido pelas leis brasileiras e internacionais dos direitos autorais. O uso, não autorizado pelo autor, acarretará em ações legais e possíveis sanções. A autorização, para o uso total ou parcial, pode ser obtida mediante solicitação por escrito enviada ao autor.)
Para Pensar
Tuesday, April 10, 2007
Deu no New York Times...
10/04/2007
Temos aqui a velha disputa: genética X ambiente.
Quanta irresponsabilidade científica! Tratar de uma questão tão suscetível a debates acalorados com um “ao que parece” é brincadeira. Imagine quantas pessoas irão utilizar uma informação, ou seria melhor dizer, deformação com esta para legitimar comportamenteo, atribuir rótulos e estigmatizar pessoas!
Novamente, a dedução baseada em uma suposição e em mecanismos ainda não claramente estabelecidos: “se for o caso...” Tais experiências não mostram a mesma divisão clara entre as mulheres. Independente das mulheres se descreverem como heterossexuais ou lésbicas, "o estimulo sexual delas parece ser relativamente indiscriminado - elas são estimuladas tanto por imagens de homens quanto mulheres", disse Bailey. "Eu nem mesmo tenho certeza de que as mulheres têm uma orientação sexual. Mas elas têm preferências sexuais. As mulheres são bastante seletivas e a maioria escolhe ter relação sexual com homens."
È claro que é impossível estabelecer esta relação entre preferência sexual por causa da anatomia ou fisiologia do cérebro – que é a grande suposição do artigo – e orientação sexual, que é uma subjetividade construída e não objetivamente determinada geneticamente.
Novamente, vem o “parece ser”. Eu fico me perguntando a quem interessa que uma publicação supostamente respeitável publique deduções pretensamente científicas baseadas em estudos parciais e não conclusivos sobre um tema tão complexo e explosivo.
Cada dia que passa, percebo mais claramente a existência de uma agenda gay cooptando legisladores, artistas e formadores de opinião, profissionais da área de ciências humanas e agora também de ciências biológicas para legitimar uma opção sexual que, respeitável numa sociedade pluralista, onde cada um faz o que quer, jamais deveria ser imposta por força de argumentos enviezados sob o risco de se tornar algoz naquilo que já foi vítima: a discriminação.
Novamente, “apesar disto ainda não ter sido provado”
É flagrante a ressalva politicamente correta de Bailey: “notando que a frase significa apenas que...” É a força do lobby gay! Triste do pesquisador ou de qualquer pessoa que sequer sugira haver algo “errado” com a homossexualidade. É linchamento e patrulhamento na certa!
Novamente, estamos falando de estudos correlacionais com risco da terceira variável.
Eita continha atributiva, essa!
O que seria mais fácil? Concluir que se os níveis de testosterona no cérebro no feto não pode ser medida, então não se deve inferir que este seja o fator causador da homossexualidade ou concluir que, mesmo não dando pistas de uma suposta exposição pré-natal que explicaria a homossexualidade, ela é geneticamente determinada? A resposta é táo óbvia que o articulista tem que concluir a contragosto – note o “ainda” e o “plausível” – que a hipótese – ah! É uma hipótese, é? – não foi provada.
Sem querer alongar mais: genética não é destino. Existe um subjetividade no desejo e num montão de outras coisas humanas, por isso cérebro é cérebro, mente é mente. E o desejo é construção destes dois mundos e não apenas de mecanismos sinápticos.
O Apóstolo, o Rabino e a Polícia.
A expressão me veio à mente por causa dos episódios envolvendo o apóstolo Estevam Hernandes e sua esposa a bispa Sônia pegos com dólares não declarados na alfândega americana e o roubo das gravatas Hermès, Gucci, entre outras, pelo rabino Henry Sobel também em solo americano.
Não vou entrar no mérito de estabelecer culpa ou emitir juízos de valor, nem conjecturar os porquês disto ou daquilo, porque entendo que falar de algo que não se conhece bem é leviandade e julgar os outros é arrogância pretenciosa.
Pois bem, o meu foco é a maneira como as coisas são tratadas diferentemente mesmo relacionando-se com pessoas iguais e situações iguais. Nos dois episódios há delitos – evasão de divisas e falsidade ideológica, além de outros possíveis enquadramentos tanto na lei americana, como na brasileira, no caso dos evangélicos e furto, no caso do judeu – e por conseguinte, os casos deveriam ser simplesmente de polícia e a posteriori, de justiça.
No entanto, os dólares dos Hernandes viraram “milhares de dólares” no noticiário tendencioso da grande mídia ligados imediatamente a haras de cavalos, ricas propriedades e outros sinais exteriores de riqueza , enquanto as gravatas de Sobel viraram um caso clínico de distúrbio psicológico por interação medicamentosa e outras explicações que foram dadas por um médico judeu de um hospital judeu ligado à forte colônia judaica de São Paulo.
Claro que as biografias e as fichas policiais de Sobel e Hernandes não se comparam. Claro que a atitude do rabino foi muito mais cristã do que a do evangélico. Claro que os montantes envolvidos são bastante diferentes.
Mas, claro também que ainda reside um forte componente preconceituoso quando deslizes, erros e pecados são cometidos ou atribuídos a líderes cristãos, especialmente evangélicos.
Em grande parte, creio que é justo que exija-se mais de quem mais se proclama como ético, isto é, se nós cristãos evangélicos dizemos em alto e bom som que fomos transformados pelo Evangelho, então é compreensível e esperado que sejamos cobrados na proporção das nossas alegações.
Todavia, não é o primeiro - não creio que será o último – caso deste tipo de diferenciação irresponsável de quem deveria noticiar a verdade dos fatos, porque generaliza-se a todo um segmento que não apenas é contrário a estas práticas de modo geral e especialmente condena seus pares e muito mais, seus líderes, quando os cometem
Pode parecer teoria conspiratória – que tanto detesto – mas não é coincidência que num momento em que a gangorra da cobertura jornalística e do aporte de verbas governamentais pende para paradas gay em todo o Brasil em detrimento de eventos como a Marcha para Jesus, justamente os líderes desta iniciativa sejam expostos à execração pública antes de serem devidamente julgados e absolvidos ou condenados, enquanto o rabino parece um coitadinho que tomou um remédio que não deveria ter tomado.
Realmente, uns são mais iguais do que outros...