Tuesday, April 13, 2010

Perdas e Ganhos... De novo!

Nestes últimas tempos tenho vivido uma série de perdas.
Perdi toda minha produção acadêmica e ministerial dos últimos anos porque meu HD externo foi irreparavelmente danificado e meus arquivos originais já tinham sido perdidos quando meu notebook de trabalho “deu pau” na placa mãe.
Perdi meu relógio, meus óculos Ray Ban, meu celular e o chip com toda a minha agenda de telefones – comprei outro e já perdi o celular e o chip novos de novo anteontem – e isto é apenas uma pequena lista de um ano que começou no primeiro dia de 2010 com a perda de R$50 que carregava no bolso para comprar pão.
Sim! Semana passada, depois de danificarem o trinco da porta do carro, roubaram também os documentos do meu carro, o estepe, minha caixa de ferramentas americana que meu irmão Fabio me deu de presente e até o óleo de unção que carrego comigo... A Biblia ficou, infelizmente!
Enfim, perdi muitas pequenas coisas, outras importantes e algumas poucas insubstituíveis. Coisas se perdem. Outras “coisas”... Ah! Estas nos são arrancadas pela vida.
Por que estou compartilhando isto tudo que pode lhe parecer tão prosaico e tolo? Porque quero lhe dizer que tudo isto não é nada diante de quem perdeu tudo e todos no Morro do Bumba em Niterói.
Ali tem gente que perdeu pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, tios, sobrinhos, avós, netos... Casa com tudo dentro, documentos, fotografias, objetos de carinho e apreço que faziam parte da vida das pessoas, do que elas eram. Gente que perdeu fé, esperança, amor, dignidade, segurança...
A sensação de perda é esquisita. A gente fica “procurando” o que perdeu em cada canto, fresta, horizonte. É como se estivesse presentemente ausente. Não se enterra o que se perdeu. Não se tem o direito de se despedir com dignidade e de chorar o luto e, consequentemente, a vida parece que trava e não se pode prosseguir.
Toda vez que ponho um dos outros meus dois relógios, lembro daquele que perdi. Toda vez que saio pela manhã de casa e o sol me castiga os olhos, lembro dos óculos.
Toda vez que penso em ligar a alguém e não sei o número, lembro do celular. Toda vez que vou entrar no carro pelo meu lado e enfio a chave, percebo que tenho que abrir pelo outro lado e fazer uma manobra incômoda.
Toda vez que vou preparar um sermão, um artigo de boletim, ou fundamentar algo dos meus estudos acadêmicos, lembro do que já tinha escrito, que já tinha produzido algo que poderia calhar tão bem naquele momento.
Todavia, eu tenho mais dois relógios – e apenas dois braços também! –, daqui a pouco vou poder comprar outros óculos escuros, consertar o carro, repor o estepe e o emplacamento 2010 vai tornar dispensável o documento 2009 e assim por diante. Já o que foi perdido na avalanche de lama e lixo nunca mais volta...
No capítulo 13 de Mateus há três parábolas conhecidas como “Parábolas do Reino” porque salientam aspectos do Reino de Deus trazido por Jesus em suas palavras e obras: as parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida, do filho perdido.
O que há de comum entre elas? A alegria de ter, a dor de perder e a satisfação ainda maior de reaver! De alguma forma, é como se Jesus dissesse que um dia o homem teve o reino, perdeu o reino e através dele, pode reaver o reino.
No entanto, fala também de todas as nossas outras perdas. Todas? Sim,mesmo aquelas que chamamos de irreparáveis. Claro que aqueles que perdemos para a morte, não voltam. Pelo menos, não antes da ressurreição final e do nosso reencontro no céu, o que só faz sentido para quem crer nesta promessa de Deus.
Até mesmo as pessoas “voltam”, quando a dor e o sofrimento nos ensinam a difícil e lenta lição de ressignificar cada uma delas para a vida poder continuar. Jamais são substituídas, nem trocadas, mas de alguma forma elas “voltam”. Não é fácil, mas é possível, se o ponto de partida for compreender que no útero de cada perda, há gestação de um ganho.
Os braços podem não mais abraçar, os lábios já não se tocam. A saudade é imensa. Não se tem mais por perto, mas se aprende a reencontrar e relembrar o que de bom ficou quando se decide esquecer o que de ruim se viveu.
Eu já nem gostava mais daquele modelo de óculos... Meu relógio estava até bem arranhado... Alguém que achou os R$50 deve ter achado que começou o ano muito bem... As estratégias são variadas, mas nossa mente sempre dará um jeito de ressignificar as perdas, mas não é apenas disso que falo quando menciono os ganhos embutidos nas perdas.
Falo de tirar lições, questionar valorações, repensar prioridades que escolhemos, compreender gente com quem convivemos etc., porque se há algo na vida que é dolorosamente maravilhoso é que muitos recomeços surpreendentes só acontecem depois de dolorosas perdas.
Poderia ser diferente, mas não é, porque a gente não controla a vida. Ao sabor de perdas e ganhos ela segue seu fluxo e nós com ela: “Deixa a vida me levar....”
Com carinho,
Robinson

Monday, April 12, 2010

Links sobre Criacionismo x Evolucionismo

1. Vídeos do II Simpósio Darwinismo Hoje realizado anualmente pela Universidade Presbiteriana Mackenzie: http://www.mackenzie.br/3_darwinismo_videos.html
2. Universo Criacionista - www.unversocriacionista.com.br - Site desnvolvido por Adauto J. B Lourenço, doutor em Física pela Bob Jones University. Aqui encontram-se artigos científicos em linguagem simples sobre temas como: carbono 14, design inteligente, provas biológicas, astronômicas, etc...
3. O Estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,possivel-nova-ancestral-humana-e-encontrada-em-caverna-na-siberia,528988,0.htm

Friday, April 09, 2010

Uma Nova Mulher

Você chamaria alguém de “novo” se soubesse que viveu há 50 mil anos?
Certamente que não, mas é exatamente o que dizem paleontologistas do Instituto Max Planck em Leipzig (Alemanha) depois que acharam na caverna Denisova, na Rússia, um fragmento de osso da falange de uma criatura chamada de “Mulher X” que supostamente compartilharia um ancestral comum com a espécie humana.
Como pode causar tanto estardalhaço um ossinho de uma criatura de quem nem se sabe ao certo se seria do sexo feminino, qual seria sua aparência e até mesmo se poderia ser chamada de nova espécie? Para responder a esta pergunta é preciso entender qual é o padrão de verdade hoje no mundo.
Desde a revolução científica que o critério de aferição de verdade passou a ser exclusivamente o método científico que reclama para si o direito exclusivo de dizer se algo é verdadeiro ou falso, se é certo ou errado. Filosofia, teologia, senso comum etc. são tidos como modos de saber ultrapassados e dogmáticos.
Paradoxalmente, a mesma ciência que pretende ser detentora da verdade é essencialmente movida pela dúvida e não pela certeza. Se há algo que a ciência pode afirmar com certeza é que não há certeza! Um bom cientista é aquele disposto a sempre duvidar de tudo que lhe é apresentado como verdade.
E se não há certeza, como é possível crer piamente no que se apresenta como científico. Exatamente assim: “crendo piamente”, o que nos leva à ciência como sendo uma questão de fé, de ideologia, exatamente o que os cientistas mais combatem.
Eu entendo que a ciência é apenas “um dos saberes válidos” conforme indica um dos mais brilhantes físicos brasileiros Marcelo Gleiser em Criação Imperfeita – Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza (Record; 368 páginas):
“Aquilo que conhecemos por meio da ciência pode parecer sólido e definitivo – mas está sempre prestes a se desmanchar no ar (...) tudo o que conhecemos se restringe a uma minúscula fração do que de fato existe. Ainda que disponha de instrumentos poderosos de investigação e medição é fruto da mente humana e, portanto, limitada à nossa capacidade de ver e interpretar a realidade. Pode-se afirmar que, se a beleza está nos olhos de quem a vê, a ciência está na mente de quem a faz.“
Não é o caso de contrapor ciência à fé, mas de entender que a ciência se ocupa do andar de baixo – o da natureza – tanto quanto a fé trata do andar de cima – o da sobrenaturalidade –, por isso, misturá-los nunca foi uma boa idéia.
O desafio é ser gente de fé cujos olhos estão em Deus e que tem os pés bem plantados na realidade da natureza, a fim de evitar o que Jesus advertiu: “E por se multiplicar a ciência, o amor de muitos esfriará”.
Rev. Robinson Grangeiro Monteiro