Wednesday, March 07, 2007

Lula defende uso de preservativos e critica hipocrisia

O presidente Lula disse nesta quarta-feira (7), em discurso na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio, que o país deveria criar um dia nacional de combate a hipocrisia porque deixa de debater temas importantes por preconceito. Ele defendeu o uso de preservativos para combater doenças como a Aids e a gravidez precoce. "Trinta por cento das meninas entre 15 e 17 anos que estão fora da escola é porque tiveram filhos", exemplificou.

Ele se dirigiu à Secretária nacional de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire, para criticar a hipocrisia da sociedade brasileira, citando, nominalmente, a igreja:

"Ano que vem, Nilcéia, você poderia, no Dia Internacional da Mulher, fazer um dia de combate à hipocrisia que está estabelecida na cabeça de todos nós. E por que digo hipocrisia? Hipocrisia porque muitas vezes nós deixamos de debater os temas da forma verdadeira que eles têm que ser debatidos por puro preconceito, porque a minha mãe não gosta, o meu pai não gosta, a igreja não gosta, não sei quem não gosta".

Lula defendeu também a distribuição gratuita de preservativos, campanha que deve ser acompanhada de instruções para o uso. O mesmo deveria acontecer, segundo ele, com o ensino sobre o sexo."O sexo tem ser feito e ensinado como fazer. Somente assim seremos um país livre das Aids e de outras doenças infecto-contagiosas".

O presidente disse que as famílias e a Igreja não podem agir como se as jovens não mantivessem relações sexuais, porque elas acabam engravidando precocemente:

" Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta e é uma necessidade", afirmou.


É o seguinte: Lula como cidadão tem todo o direito a falar as bobagens que quiser, porque todo mundo tem direito a 5 minutos diários de insanidade, mas quando o "cara" - desculpe aí o termo - começa a meter o bedelho em tudo, dando palpite como se estivesse num jogo do Coringão que ele tanto venera, aí passa do limite e dá uma coceira no ouvido.
Vejamos:
Em primeiro lugar, educação sexual é mais do que distribuir camisinha com instruções de como usar. Se houvesse uma campanha com o mesmo aporte de verbas e de publicidade para ensinar vida sexual responsável, então eu ficaria calado. Mas não há!
Em segundo lugar, educação sexual é, antes de mais nada, uma questão de fôro íntimo, privativa, portanto. O Presidente resumiu a coisa à "necessidade animal", mas vida sexual é mais do isto, porque se todos as minhas necessidades animais fossem absolutas então não haveria vida social. Não é porque quero comer tudo que me vem à frente, que não tenho que zelar pela minha saúde física, pelo bem estar social, pelo direito dos outros. Ele não entende isto. Deve ser por isto que em meio à maior onda - seria Tsunami?! - de violência que o país enfrenta, ele afirma que "violência às vezes é uma questão de sobrevivência", misturando o ladrão de banana na feira com o narcotraficante e os ladrões encastelados no poder.
Em terceiro lugar, educação sexual de menores é prerrogativa primordial e intransferível dos pais ou responsáveis por ele. Os direitos individuais ainda existem, inclusive os meus e de qualquer família de educar os filhos como quiser, desde que dentro das leis do país. Eu quero e tenho educado os meus filhos, inclusive sexualmente. Se entender que devo ensiná-los a usar camisinha, farei sem constrangimento, da maneira que julgar mais correta e no momento oportuno, mas não porque o presidente ou qualquer idiota revestido do poder acha que devo me submeter a uma política com a qual não concordo.
Em quarto lugar, quando se questiona as opções equivocadas de alguns governantes e gestores públicos, bem como de personalidades formadoras de opinião sobre educação sexual etc. não é sempre por hipocrisia, como sugere o Presidente. Há razões científicas e éticas que me fazem não querer que meus filhos sejam ensinados pela Escola ou por técnicos do Ministério da Saúde.
Chega desse patrulhamento ideológico de fundo religioso contra tudo que pareça conservador. Eu também tenho direito de ser conservador no que entender que devo ser. Não há dúvida de que o "liberalismo ético" de muitos tem levado à crescente desagregação familiar, cujo subproduto é justamente este país em que vivemos.
Cala a boca, Lula! E vê se trabalha. Que tal um Dia Nacional de Combate à Safadeza dos Políticos!

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