Wednesday, June 20, 2007

Sete Pecados

Não tenho opiniões extremadas sobre este produto tão brasileiro como a novela. Nem sou fã incondicional do tipo que “acompanha”, nem sou crítico cáustico daquilo que alguns chamam de quintessência da mediocridade tupiniquim. Aplico o mesmo critério a todo produto cultural: análise crítica para reter o que é bom e descartar o que não presta.
Às vezes, passando pela frente do aparelho de TV assisto alguma coisa apenas para me certificar que a consagrada fórmula de enredo foi mantida. Falo daquele roteiro óbvio ululante que permite qualquer sujeito de mediano QI assistir alguns capítulos do começo, outros no meio e facilmente, “adivinhar” os finais trágicos e felizes.
Pois bem, numa dessas passadas pela frente da TV vi uma chamada da atual novela das 7 na Globo, cujo sugestivo nome é “Sete Pecados” numa clara alusão aos pecados mortais elencados pela igreja católica romana. Para quem não lembra bem das aulas de catecismo lá na paróquia ou para quem nunca as teve, os sete pecados mortais são ambição, orgulho, inveja, luxúria, ira, gula, avareza e preguiça.
Então naquela chamada, a voz do Barão, personagem vivido pelo ator Ailton Graça dizia para Beatriz (Priscila Fantin) acerca de Dante (Reynaldo Gianecchini): “Você tem que fazer ele viver os sete pecados e ele estará em suas mãos”. Como eu sei pela sinopse que Dante faz parte do “núcleo pobre e bom” da novela, então imagino já a perseguição luxuriosa que a rica e fútil Beatriz vai empreender nesse seu intento.
Bem, novela à parte, o que me interessa aqui é entender a lógica por trás do “conselho” dado. O domínio sobre o outro depende de fazê-lo cometer os sete pecados mortais! Nada mais bíblico, nada mais incompleto. Senão vejamos.
O pecado – para os que ainda não tem vergonha de usar a palavra – realmente enfraquece o ser humano e torna-o vulnerável à dominação de outrem. A lógica é que em obediência a Deus, o ser humano encontra-se protegido e guardado pelo Criador, enquanto que em franca ou distraída transgressão da lei de Deus torna-se frágil e fácil presa do inimigo de Deus e dos instrumentos dele.
Todavia, há outro lado da mesma moeda. É que o pecado não é a nota final deste espetáculo dantesco. Há uma alternativa mesmo para aqueles que, por pouco ou muito tempo, vivem sob o domínio do pecado, que é terrível senhor. A promessa é “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e mais: “se, pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.
Mesmo na mão de quem quer que seja, há um Deus Todo-Poderoso que, uma vez crido e recebido como Senhor da vida e do destino da gente, tem a autoridade de nos tomar da mão de quem quer que seja e guardar-nos na sua própria mão, de onde “nem o maligno pode arrebatar”!
Portanto, a verdade simples é que o pecado encontra no poder libertador de Jesus um adversário suficientemente poderoso para derrotá-lo e então, pode-se exclamar como Paulo um dia o fez: “Onde está, ò morte, a tua vitória? Graças a Deus que nos dá a vitória, por intermédio de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!”
Com carinho,
Pastor Robinson

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