Saturday, May 19, 2007

América Latina é cenário do surgimento de nova cultura, concluem bispos

Muito interessante! Há algum tempo que venho afirmando em conversas, palestras, sermões etc. que a sociedade brasileira está num processo vertiginoso de secularização devido, principalmente, à globalização, à agenda de movimentos como o GLS, e, por incrível que pareça, ao surgimento de uma religiosidade não católica.
A análise que os bispos fazem no texto abaixo (Agência Folha) demonstra que isto afeta principalmente os aspectos éticos. Quem for cristão é bom preparar-se a viver debaixo de patrulhamento ideológico, preconceito religioso, cerceamento da liberdade de expressão de valores religiosos e principalmente, hostilidadade que, se não descamba para a expressão física, certamente será veemente e intensa no campo intelectual.

Daqui a pouco, ser cristão e defender a doutrina e a ética cristã será arriscado. Será uma conta-cultura cristã minoritária, exatamente como foi nos melhores momentos da história, nos quais ser cristão implicava em ser remanescente fiel sob pressão, mas com uma fé viva e um testemunho retumbante. Sim. Haverá também espaço para um cristianismo de fachada, que se amoldará como puder ao que a sociedade espera, capitulando num ecumenismo e numa secularização que passarão a ser consideradas normais.


A América Latina passa por mudanças e é cenário do surgimento de uma nova cultura que "não é muito amiga da Igreja." Essa é uma das conclusões a que chegaram bispos após a primeira semana da 5ª Conferência Geral do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), que acontece em Aparecida (SP) até o final do mês.Na tarde de ontem, durante entrevista coletiva na basílica de Nossa Senhora Aparecida, foi apresentado um resumo das discussões feitas pelos bispos sobre um dos temas tratados no encontro: a atualidade.De acordo com o presidente da Conferência Episcopal da Colômbia e bispo da cidade de Tunja, monsenhor Luis Augusto Castro, a Igreja deve decidir quais atitudes tomar diante dessa nova cultura e como se relacionar com ela."Podemos dizer que essa nova cultura não é muito amiga da Igreja. Estamos regressando àqueles tempos da Igreja primitiva, quando a cultura não era muito amiga do cristianismo porque era uma novidade. Temos que outra vez penetrar nessa cultura para transmitir o Evangelho", disse Castro.O bispo colombiano apontou que a região evoluiu em relação aos direitos humanos. Ressaltou, porém, em referência a temas como a descriminalização do aborto no México, que os países da América Latina testemunharam o nascimento de um "câncer" na sociedade que coloca em risco a estrutura das famílias."A consciência sobre a dignidade humana cresceu muito no continente. Mas surgiram coisas que nunca havíamos pensado, como as decisões governamentais contra a vida e a família. Alguém pode pensar que essas decisões são próprias de alguns países. Mas são decisões continentais."Sobre a perda de fiéis nos países da região, disse que os bispos constataram que a transmissão da fé cristã de uma geração para outra está se "debilitando", e culpou as famílias por isso. "A família é fundamental para a transmissão da fé, mas está falhando nesse sentido."

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